4 de abril de 2009

Preciosas migalhas de Marcio Moreira Alves

Foi cremado hoje o corpo do jornalista e ex-deputado federal Marcio Moreira Alves no Rio de Janeiro-RJ. Marcio morreu ontem (03/04) de falência múltipla dos órgãos, ele estava internado desde Outubro do ano passado devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Como deputado federal em 1968 pelo MDB do Estado de Guanabara (atualmente Rio de Janeiro), ele foi um personagem importante no turbilhão de acontecimentos desse ano no Brasil. Pois no dia 02/09/1968, Marcio Moreira Alves discursou no Plenário da Câmara Federal dos Deputados contra a ação militar que atacou os estudantes da Universidade de Brasília (UNB) ocorrida três dias antes e conclamou a todos que boicotassem o Desfile de 7 de Setembro daquele ano, como repúdio à violência.

O governo militar de Costa e Silva, então, pediu licença à Câmara para processar o deputado por difamação das Forças Armadas, pois o discurso foi considerado ofensivo “aos brios e à dignidade das Forças Armadas”, mas no dia 12 de Dezembro, essa licença foi negada em votação secreta no Plenário, pois o Governo precisaria de pelo menos 2/3 da Casa. Entretanto, no dia seguinte, foi decretada a dissolução do Congresso através do Ato Institucional nº 5 (AI-5), do qual iniciaria os chamados “Anos de Chumbo”.

Segue abaixo trecho do documentário produzido em 2004 pela TV Cultura e apresentado por Paulo Markum, onde o ator Mauricio Branco reconstitui o polêmico discurso de Marcio Moreira Alves no dia 02/09/1968.

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