26 de fevereiro de 2009

"Navio de Emigrantes" de Lasar Segall


Pintura à óleo com areia sobre a tela de 1939/42, onde o autor retrata em grande proporção (230 x 275 cm) a viagem de famílias ou solitários fugindo, num navio, da guerra, fome e miséria de sua terra natal.

Nessa tela a cor marrom é predominante, uma cor que transmite tristeza e sofrimento. Vemos crianças e adultos doentes, cansados e tristes que enfatizam esses sentimentos. Destaco a mulher com seu filho, no canto esquerdo inferior da tela, provavelmente viúva.

A tela nos dá uma perspectiva de um mar sem fim, como se o local de destino estivesse muito distante. Apesar das condições precárias de viagem, eis que há um jovem que toca o seu violão para passar o tempo.

Essa obra é grandiosa em tamanho e em sentimento, pois retrata como muitos fugiram de uma Europa em plena guerra e sem saber ao certo o que encontrariam no fim dessa viagem. Em seus rostos, o sofrimento de deixar para trás uma vida inacabada e tentar recomeçá-la novamente em outro lugar.

Sobre o autor

Lasar Segall nasceu em 1891 em Vilna, atual capital da Lituânia numa família de judeus. Em 1906, ele foi para Berlim estudar na Academia de Belas Artes, mas quatro anos depois, ele foi morar em Desden, centro da vanguarda do expressionismo.

Em 1913, ele veio a São Paulo e Campinas expor suas obras de arte. Estas exposições são consideradas as primeiras exposições de arte moderna no Brasil.

Em 1923, ele se mudou para São Paulo, se naturalizando brasileiro quatro anos depois. Fundou com Mário de Andrade e Tarsila do Amaral a Sociedade Pró Arte Moderna.

Ele morreu em 1957 em sua casa em São Paulo, que hoje é o Museu Lasar Segall na Vila Mariana (Rua Berta, 111).

A denúncia da fome, da miséria e da injustiça social está presente na maior parte de suas obras: pintura, escultura, gravura e desenho.

23 de fevereiro de 2009

Penélope Cruz e o Oscar 2009

www.oscar.com


Penélope Cruz é a primeira espanhola a receber a estatueta do Oscar. Ela recebeu na noite de ontem o prêmio de melhor atriz coadjuvante por "Vicky, Cristina, Barcelona" de Woody Allen.

Ela já merecia ter recebido no ano passado por "Volver" de Pedro Almodóvar, representando Raimunda, filha de uma mulher supostamente morta, mas que volta para se reconciliar com a filha. Em "Vicky, Cristina, Barcelona", ela é Maria Elena, ex-mulher de Juan Antonio (Javier Bardem), pintor que se envolve com Cristina (Scarlett Johansson) e Vicky (Rebecca Hall).

Penélope Cruz mesmo com um papel coadjuvante neste filme, aparecendo somente a partir do meio do filme, toma conta da história com uma personagem desvairada e neurótica, mas sincera.

Já era a hora da valorização desse talento e beleza hispânica.


16 de fevereiro de 2009

A Criptonita vence mais uma vez...

A Criptonita do Knicks vence o Super-Pivô do Magic na disputa de enterradas do All-Stars Games 2009. Nate Robinson de 1,75m salta sobre Dwight Howard de 2,11m e vence pela segunda vez.

1 de fevereiro de 2009

Cálculo Eleitoral

Com as últimas eleições para Prefeito e Vereadores e com a posse dos respectivos eleitos há exatamente um mês, surge em alguns a pergunta: por que o meu vereador preferido não se elegeu ou por que o partido político que eu mais me identifico elegeu poucos ou nenhum candidato?

A resposta é simples: isto está relacionado com o cálculo eleitoral (quociente eleitoral e quociente partidário), mas a explicação é mais complicada...

Primeiramente, entendamos o que são estes quocientes. O quociente eleitoral é o reultado da divisão da quantidade de votos válidos (votos efetivos, com exceção dos votos brancos e nulos) pela quantidade de vagas na Câmara. O quociente partidário é o resultado da divisão entre os votos que cada partido ou coligação recebeu e o quociente eleitoral.

Em São Bernardo do Campo (SP), o quociente eleitoral nas eleições de 2008 foi 19904 (409375 votos válidos por 21 cadeiras). Para que o partido ou a coligação partidária elegesse um vereador é necessário que ele tivesse recebido, no mínimo, 19904 votos (nominais ou de legenda). Nesse caso, o candidato mais votado do partido ou da coligação estaria eleito. Se o partido ou coligação recebesse o doblo ou o triplo do quociente eleitoral teria direito a duas ou três cadeiras, respectivamente.

Por vezes, nem todas as cadeiras da Câmara são preenchidas, por isso se faz um novo cáculo. Dividi-se a quantidade de votos recebidos pelo partido ou coligação pelo número de cadeiras adquiridas e soma-se um; o partido ou a coligação que obtiver o maior valor tem o direito a vaga restante. Esse cálculo é repetido até que todas as cadeiras sejam preenchidas.

É um cálculo complicado, mas justo. Ele evita a hegemonia de um ou dois partidos mais expressivos na Câmara dos Vereadores. Injusto sim, é a falta de uma plataforma ideológica e a incoerência dos partidos políticos, pois poucos declaram claramente os seus interesses e objetivos e quando o fazem, não agem com coerência. Mais desolador, é reconhecer que poucos partidos possuem uma plataforma partidária clara e fundamentada, forçando o eleitor a votar em candidatos simplesmente famosos e carismáticos.

Plataforma eleitoral deve marchar ao lado da plataforma partidária e não onde lhe pareça mais conveniente, sujeitando-se a contrariar a sua própria história.