19 de abril de 2009

Fundação Dorina Nowill para Cegos

Há 63 anos a Fundação Dorina Nowill para Cegos presta atendimento e serviços a deficientes visuais com a missão de “facilitar a inclusão social de pessoas com deficiência visual, respeitando as necessidades individuais e sociais, por meio de produtos e serviços especializados”.

A Fundação foi criada como Fundação para o Livro do Cego no Brasil em 1946 por Dorina Gouvêa Nowill e um grupo de amigas e recebeu o nome atual em 1991, como reconhecimento do trabalho de Dona Dorina. Ela perdeu a visão aos 17 anos devido a uma patologia ocular e como tinham poucos livros em Braille naquele tempo, ela ajudou a montar uma biblioteca de livros em Braille para que ela pudesse continuar os seus estudos. Hoje, ela é a presidente emérita e vitalícia da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

A Fundação, além da biblioteca (com mais de 850 títulos em áudio), realiza atendimentos gratuitos que proporcionam a bebês, crianças, jovens, adultos e idosos, com cegueira ou visão subnormal, condições de desenvolvimento pleno para uma vida independente em casa, no trabalho, na escola ou em sociedade. Possui três Programas de Atendimento Especializado: Reabilitação Visual, Educação Especial e Reabilitação.

A Fundação também oferece produtos como livros relacionados à deficiência visual, livros e revistas em Braille e livros e revistas falados (hoje são produzidas 3500 cópias de Veja e 2500 cópias de Cláudia em CD-MP3), além do LIDA (Livro Digital Acessível), voltado para universitários e profissionais liberais deficientes visuais, que possui texto em áudio, ampliação do texto até 5 vezes, tutorial, mecanismos de busca por palavra ou frase, notas de rodapé opcional, marcadores de texto, soletração, leitura integral de abreviaturas e sinais e pronúncia correta das palavras estrangeiras.

Os livros traduzidos para o Braille e gravados em áudio são entregues para bibliotecas, escolas e outras instituições. Hoje são feitas 300 cópias de cada livro, os livros são escolhidos através do Quadro dos Livros Mais Vendidos publicada pela Revista Veja (são selecionados os títulos que aparecem nos primeiros lugares por mais de três semanas). Para essas traduções, a Fundação se beneficia da Lei dos Direitos Autorais (Lei 9610/98 - Artigo 46, inciso I, letra d) que não considera a reprodução de obras literárias para uso de deficientes visuais uma ofensa aos direitos autorais.

No site (http://www.fundacaodorina.org.br), você poderá conhecer mais sobre essa Fundação e até mesmo agendar uma visita. Se você simpatizou com ela, você também pode ajudá-la com doações em dinheiro ou bens móveis usados (móveis, recicláveis, livros etc) ou, ainda, ser voluntário.

Para a Fundação Dorina Nowill para Cegos, a educação é percebida como a melhor forma de inserção social. E a inserção social é responsabilidade de todos nós.

15 de abril de 2009

"Liberty Bond"

Essa é a terceira parte do filme "Bonds" de Charles Chaplin que foi realizado em 1918, satirizando criticamente os "Liberty Bonds" (títulos do Governo dos Estados Unidos oferecidos aos cidadãos norte-americanos que ajudassem finaceiramente as Forças Armadas) que foram utilizados a partir de 1917, na Primeira Guerra Mundial.

9 de abril de 2009

Fumantes passivos

Na edição nº 33 (Fev/2009) de Carta na Escola, o professor Alexandre Marques Tozetti, alerta para a fumaça que sai do cigarro aceso que não é diretamente inalado pelo fumante. Ele afirma que essa fumaça representa 96% do tempo do cigarro aceso e que tem 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante que traga um cigarro, pois a combustão ocorre com temperatura mais baixa e com menos oxigênio intensificando o poder nocivo das substâncias contidas no tabaco e a fumaça diretamente inalada pelo fumante e após expelida, é em parte retida pelo fumante.

Para o professor Tozetti, “essa é a fumaça mais perigosa produzida pelo cigarro e que expõe os não-fumantes a riscos muito parecidos com os dos fumantes para diversas doenças”.

Para corroborar com esta afirmação do professor Tozetti, foi realizado em 2008 um estudo pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e divulgado em Fevereiro de 2009, onde 35,9% de 1310 voluntários não-fumantes da cidade de São Paulo têm o mesmo nível de contaminação dos fumantes. Sendo que 18,32% têm as características de um fumante leve (menos de 1 maço por dia), 15,27% a de um fumante (menos de 2 maços por dia) e 2,29% a de um fumante pesado (mais de 2 maços por dia).

Os participantes realizaram o teste do monoxímetro, que mede o nível de monóxido de carbono no organismo.

Segundo Luizemir Lago, diretora do Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas), órgão da Secretaria de Saúde, “esses dados comprovam que os fumantes passivos também estão expostos aos mesmos riscos de quem é usuário de cigarros e derivados de tabaco”.

Só para lembrar, os principais males que o cigarro pode causar a fumantes e não-fumantes são: acidente vascular cerebral (AVC), hipertensão arterial, enfisema pulmonar e câncer de pulmão, boca, faringe, laringe, esôfago e estômago.

5 de abril de 2009

Pontos de vista sobre as mudanças na Lei Rouanet

Está em discussão a proposta do Ministério da Cultura que propõe mudanças na lei Rouanet que incentiva o apoio financeiro privado à cultura nacional por meio de isenção fiscal concedida pelo governo federal. As propostas mais polêmicas são:

1) A criação de comissões formadas por governo e sociedade para avaliarem o mérito artístico da obra, além de aspectos técnicos, como orçamento e prazo da obra.

2) A inclusão de mais quatro faixas de isenção (60%, 70%, 80%, 90%), onde o enquadramento seria decidido por comissões formadas por governo e sociedade. Hoje existem somente duas faixas: 30% para música e 100% para teatro.

3) Após o período de 18 meses ou três anos, o governo ganhará o direito de uso gratuito sobre essas obras para fins educacionais.

O principal objetivo, segundo o ministro da Cultura Juca Ferreira, é distribuir melhor esse apoio financeiro a todas regiões do Brasil. Hoje 80% das verbas captadas se concentram nas regiões Sul e Sudeste.

Como sou favorável a melhor distribuição das verbas tanto para diferentes regiões como para diferentes atividades artísticas, defendo a inclusão de mais faixas de isenção, mas sem a decisão das comissões, acredito que uma tabela pré-estabelecida relacionando faixas de isenção com atividade cultural ou ainda regiões (tendo em vista a proporção de espetáculos sobre espectadores) demonstraria mais clareza tanto para empresários, artistas e público em geral.

Sou desfavorável à criação de comissões que julgarão subjetivamente o apoio financeiro de quaisquer obras. Sei que são poucos os beneficiados, mas com esta proposta haverá um elemento a mais na decisão da escolha das obras a serem contempladas, elemento que também poderá fazer as suas escolhas a partir de suas ideologias e interesses pessoais ou de um grupo. Por isso, defendo a idéia de cotas mínimas para as atividades menos favorecidas e que dão menos retorno financeiro, ou seja, o empresário que quiser patrocinar um grande espetáculo numa metrópole, deve também patrocinar um pequeno espetáculo numa pequena cidade.

E, por fim, não concordo com a quebra dos direitos autorais dos artistas, ainda mais pelo Estado! Claro que se o Estado financia um espetáculo, ele tem o direito de receber algo em troca. Mas que seja, então, num número de espetáculos gratuitos em escolas ou centros culturais e não nos direitos autorais dos artistas.

Ainda há alguns dias para essa discussão pública antes que ela vá ao Plenário da Câmara Federal para votação. Espero que a diversidade cultural e a liberdade de expressão prevaleçam.

4 de abril de 2009

Preciosas migalhas de Marcio Moreira Alves

Foi cremado hoje o corpo do jornalista e ex-deputado federal Marcio Moreira Alves no Rio de Janeiro-RJ. Marcio morreu ontem (03/04) de falência múltipla dos órgãos, ele estava internado desde Outubro do ano passado devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Como deputado federal em 1968 pelo MDB do Estado de Guanabara (atualmente Rio de Janeiro), ele foi um personagem importante no turbilhão de acontecimentos desse ano no Brasil. Pois no dia 02/09/1968, Marcio Moreira Alves discursou no Plenário da Câmara Federal dos Deputados contra a ação militar que atacou os estudantes da Universidade de Brasília (UNB) ocorrida três dias antes e conclamou a todos que boicotassem o Desfile de 7 de Setembro daquele ano, como repúdio à violência.

O governo militar de Costa e Silva, então, pediu licença à Câmara para processar o deputado por difamação das Forças Armadas, pois o discurso foi considerado ofensivo “aos brios e à dignidade das Forças Armadas”, mas no dia 12 de Dezembro, essa licença foi negada em votação secreta no Plenário, pois o Governo precisaria de pelo menos 2/3 da Casa. Entretanto, no dia seguinte, foi decretada a dissolução do Congresso através do Ato Institucional nº 5 (AI-5), do qual iniciaria os chamados “Anos de Chumbo”.

Segue abaixo trecho do documentário produzido em 2004 pela TV Cultura e apresentado por Paulo Markum, onde o ator Mauricio Branco reconstitui o polêmico discurso de Marcio Moreira Alves no dia 02/09/1968.

Flamengo e Petrobras: quase Bodas de Prata

Petrobras não é mais o patrocinador do Clube de Regatas do Flamengo. Por quase 25 anos, a mais longa parceria no esporte brasileiro, a Petrobras patrocinou o clube. A renovação do contrato valia mais R$ 14,2 milhões para o Flamengo neste ano, mas o clube deveria apresentar as certidões negativas de débito com o INSS e o IPTU (de acordo com a lei de repasse de cotas públicas para clubes esportivos), o que não foi possível, pois o Flamengo tem uma dívida de mais de R$ 200 milhões aos cofres públicos, segundo a Folha Online de 03/04/09.

Flamenguistas de coração e atletas do clube não fiquem tristes, pois Semp Toshiba, Oi e Nestlé já se interessam em patrocinar o clube com maior número de torcedores no Brasil, pelo menos no futebol.

O Flamengo não é só um clube de futebol importante, mas também investe em basquete (1º lugar na classificação geral da NBB), natação, ginástica olímpica, judô, futsal, vôlei, remo e outros esportes.

Espero que o Flamengo administre melhor os seus negócios para que um dia não tenhamos que falar de sua falência.

Para Petrobras resta agora, no futebol, o patrocínio com o River Plate da Argentina.