30 de novembro de 2008

Carlitos e seus pães

Uma das cenas marcantes na filmografia de Charles Chaplin, é a cena da dança dos pães em "Em busca do Ouro" (1925).



Palmas para os pães e para Chaplin!

29 de novembro de 2008

Migalhas no Bar

Um bêbado chega no bar e diz:

- O Seu Luiz?

A atendente pede para ele esperar.

Seu Luiz se aproxima do balcão.

- Vim trazer o cheque. - diz o bêbado.

- Tá!

- O Sr. pode fazer um recibo?

- Não precisa, já tá pago! - diz ironicamente o dono do bar.

- Não! É só um recibo pra eu levar pra casa...

- Qual é o seu nome?

- Cléber.

Enquanto Seu Luiz rascunha um recibo..

- Eu vou ali comprar uma cerveja e já volto!

Cléber volta com uma lata de cerveja aberta. E Seu Luiz entrega o recibo.

- Leva lá!

- Tá!

Perguntas de um trabalhador que lê

"Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilôna várias vezes destruída,
Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas
Da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos de triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem
Triufaram os Césares? A decantada Bizâncio
Tinha somente palácios para seus habitantes? Mesmo na lendária Atlântida
Os que se afogavam gritaram por seus escravos
Na noite em que o mar a tragou.

O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César bateu os galeuses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada
Naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?

Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava a conta?

Tantas histórias.
Tantas questões."


Por Bertolt Brecht

24 de novembro de 2008

Migalhas de chocolate

Esta é uma das minhas propagandas preferidas e inesquecíveis...



Por W/Brasil

23 de novembro de 2008

Buster Keaton: sem rir, nos faz rir

Buster Keaton é um dos grandes cineastas-comediantes do cinema. Com seus filmes mudos mostrava um personagem acrobata, carismático e que nunca ria. Ele recebeu o apelido, quando ainda era criança, de Buster (destruidor, demolidor) porque era um "trapalhão" e nunca se machucava nos tombos que levava quando trabalhava em um circo com seu pai. Seu nome verdadeiro é Joseph Francis Keaton, nasceu em 04/10/1895 e morreu em 01/02/1966, nos Estados Unidos.

Eu tive somente duas oportunidades para assistir Buster Keaton na telona, oportunidades que não dispensei. O primeiro filme foi "O homem das novidades" (Cameraman - 1928) e depois "A General" (The General - 1927).

"O homem das novidades" (dirigido por Edward Sedgwick) mostra a história de um jovem fotógrafo, Luke Shannon (Buster Keaton), que procura um emprego no Cinejornal da MGM, onde conhece a linda secretária Sally Richards (Marcelina Day), mas descobre que só há emprego para cinegrafista, então ele aceita esta empreitada para se aproximar da sua paixão, Sally. A partir desse momento, ele entrará em várias confusões seja com sua câmera buscando um grande "furo" de reportagem ou para se aproximar de Sally. Destaco duas cenas: a briga no bairro chinês, onde ele consegue filmá-la no meio de murros e pontapés e a briga dentro de um provador de roupas, que no meio de agarrões e roupas se tem a cena mais engraçada do filme. O filme é uma homenagem a todos os cinegrafistas da época que enfrentavam, muitas vezes, grandes desafios para filmá-las.

"A General", dirigido pelo próprio Buster Keaton junto com Clyde Bruckman, tem, além da magnífica atuação de Keaton, a sua direção; Keaton mostra, com a ajuda de Bruckman, uma grande eficiência na posição de câmera e enquadramento das cenas, dando uma maior vivacidade às suas histórias, muitas vezes cômicas. O filme mostra o amor do maquinista Johnny Gray (Buster Keaton), por sua locomotiva (a General) e por sua noiva Annabelle Lee (Marion Mack) durante a Guerra de Secessão. Johnny Gray tenta se alistar nas tropas sulistas, por causa da condição imposta por sua noiva para casar-se com ele, mas não consegue. Mesmo sem se alistar, participa da guerra, tentando recuperar a sua amada "General" roubada e também salvar a sua, também amada, Annabelle, presa pelos nortistas. Com amor, coragem e atrapalhadas, Johnny Gray enfrentará as tropas do Norte. Destaco a coragem e precisão (tanto na atuação como na direção) na cena que ele se desloca para frente da locomotiva e tira dois dormentes que estavam sobre os trilhos e também a sua impaciência com a inocência da sua noiva, proporcionando as melhores risadas do filme. "A General" é uma crítica à intolerância da guerra e suas consequências.

Muitos comparam Buster Keaton ao extraordinário Charles Chaplin; em minha opinião, sãos dois excelentes atores e diretores, cada um com suas particularidades; o primeiro era um humorista visual, deixando de lado o sentimentalismo, mas com uma visão de cinema, nos Estados Unidos, a frente do seu tempo (sobretudo na direção de seus filmes) e o segundo com um humor mais sentimental, mas sarcástico e crítico (pouco comum nos anos 20 e 30). Para fazer nossas considerações sobre essas duas grandes personalidades do cinema, temos a possibilidade de assisti-los atuando juntos em um mesmo filme: "Luzes da Ribalta" (Limelight - 1952) com direção de Charles Chaplin, além, claro, da grande lista de filmes que cada um atuou e dirigiu (eu não perderei as chances que surgirem para assisti-los!), mas isto deixo para outra refeição...

16 de novembro de 2008

Migalhas fotografadas


Visita fotográfica no Parque da Luz - São Paulo em 21/06/08.

12 de novembro de 2008

São Bernardo esmigalhada!

Caros batateiros! Eis nosso futuro vice-prefeito...



Ele também tem as suas migalhas para servir... Mas essas devem ser jogadas na lata de lixo não-reciclável!

11 de novembro de 2008

"A Longa Viagem de Volta para Casa" no CCSP


Recomendo essa peça que assisti há alguns meses. A peça de Eugene O'Neill é dirigida, nesta adaptação, por André Garolli com o Grupo Triptal de Teatro e se passa num bar no cais de Londres, onde amigos festejam a despedida de um deles que decide abandonar a vida de marujo e voltar para casa. Ela está em cartaz no CCSP até o dia 18/11, nas Ter, Qua e Qui às 21h. Preço: R$ 15,00. Mais informações: http://www.centrocultural.sp.gov.br/programacao_teatro.asp

10 de novembro de 2008

"Lesados" em São Paulo

Essa peça está na programação da "I Mostra Paulista de Dramaturgia Nordestina" que se realiza no CCSP e no CCBB. Essa peça de Rafael Martins com o Grupo Bagaceira de Teatro (Fortaleza - CE) nos mostra, na primeira parte, quatro personagens que se movem sincronizados por um barulho repetitivo e ensurdecedor e depois através de questionamentos e muitos silêncios procuram entender o que, para que e por que são? E quais são as respostas? Não sei... Pois também sou um lesado!

Assiti a essa peça no Domingo no CCSP e vi parte da rica arte nordestina, especialmente do teatro nordestino. E ela ainda estará em cartaz no CCBB nos próximos dias 13, 14, 15 e 16/11 no CCBB (Qui a Sab às 19:30h e Dom às 18h). Entrada franca.


9 de novembro de 2008

A Trilogia da Guerra de Roberto Rossellini

Tive a oportunidade rara de assistir a esta trilogia na tela grande em um pequeno período e por isso compartilho algumas impressões (migalhas) destes três filmes de Rossellini.

O primeiro filme é "Roma, Cidade Aberta" de 1945, dado por muitos como o marco do Neo-Realismo Italiano (que ainda influencia muitos cineastas no mundo todo), que mostra a cidade de Roma de 1944 sob muitos escombros e dominada pelos nazistas e a ação do Grupo Resistência contra a ocupação nazista com o apoio de um sacerdote. É interessante notar a presença das crianças e suas atitudes diante desta ocupação, indicando que serão os futuros cidadãos que deverão continuar a lutar pela liberdade política, cultural e econômica na Itália. Vale ressaltar a célebre cena do assassinato de Pina (Anna Magnani) pelos nazistas ao correr atrás do caminhão, onde seu noivo Francesco (Francesco Grandjacquet) era levado preso e o choro de seu filho sobre o corpo da mãe.

O segundo filme é "Paisà" de 1946, composto por seis episódios focados na ocupação norte-americana desde o sul até o norte da Itália. Gostaria de ressaltar dois episódios. O primeiro episódio, onde um soldado norte-americano e uma italiana não se entendem por causa do idioma e o segundo episódio, em que um soldado norte-americano negro e bêbado conversa com um garoto italiano astuto que lhe rouba os sapatos. Ambos podem ser entendidos como metáforas do relacionamento entre Itália e Estados Unidos. A ocupação norte-americana na Itália, no fim da Segunda Guerra Mundial, foi permeada por conflitos e disputas entre os governos e entre as sociedades, representadas, nesse filme, pelo exército norte-americano e pelos civis italianos (mulher e garoto). Outro episódio interessante é o terceiro, que mostra o encontro de um soldado norte-americano com uma mulher italiana, único episódio com uma seqüência não-linear do filme.

O terceiro filme, "Alemanha, Ano Zero" de 1947, mostra uma Berlim, pós-guerra, destruída e enterrando os seus mortos, seus habitantes se amontoando nas casas que sobraram, fazendo filas para conseguir alimentos ou negociando produtos no mercado negro. A história é centrada no filho de um pai doente, uma irmã que espera o marido da guerra e que freqüenta boates à noite e um irmão que pertencia a SS e não se apresentou ao exército norte-americano temendo ser preso. Uma cena muito interessante foi a conversa entre dois alemães, onde um disse: "Antes, éramos chamados de nacionais-socialistas e agora somos chamados de nazistas", uma questão surge: somos ou não somos pré-conceituosos ao abordar a Segunda Guerra Mundial ou o Holocausto?... Outra cena é do pequeno Edmund Koeler (Edmund Moeschke) andando pelas ruas de Berlim, sozinho e sem rumo, simbolizando um futuro alemão ainda incerto.

Essa trilogia representa uma análise sobre o fim e o pós Segunda Guerra Mundial, na visão de quem viveu nesse período e fez questão de conservar o realismo do espaço e tempo. Algo impossível quando se filma, pois tudo pode ser mudado de acordo com a posição da câmera, a trilha sonora ou as personagens que compõe a cena. Porém, esta trilogia não pode ser esquecida pelos amantes de cinema no meio de tantos filmes atuais, sobretudo norte-americanos, sobre a Segunda Guerra Mundial.

Migalhas?!

Este weblog é a mesa onde as minhas migalhas serão espalhadas e assim poderão ser degustadas ou desprezadas, aceitas ou rejeitadas por cada leitor. Vejo as minhas idéias, opiniões e críticas como migalhas das minhas experiências de vida, como resultado dos diálogos, leituras, contemplações e reflexões que faço sobre o que está e o que acontece ao meu redor e suas influências e interferências no meu dia-a-dia.

Migalhas não são só restos ou sobras de algo comestível sem importância ou desnecessárias, elas também podem ser aproveitadas e até mesmo saboreadas. Quem desperdiçaria as migalhas de um crocante pão de nozes ou de um delicioso bolo de chocolate? Mas nem todas as migalhas são saborosas; algumas são secas, ásperas e insípidas, que descem como cacos de vidro pela garganta e não são facilmente digeridas.

Assim são as minhas migalhas. Ora deliciosas, ora desagradáveis. E você, leitor, pode se servir delas e apreciá-las, jogá-las no lixo ou mesmo cuspí-las.

E elas estão à mesa, é só se servir...