31 de janeiro de 2009

“Ventos da Liberdade” de Ken Loach

Faz algum tempo que assisti a esse filme, mas ainda vale comentá-lo...

Mais um filme político de Ken Loach, não no sentido excessivo da temática, mas no sentido das perspectivas sobre o tema. Nesse filme ele nos mostra a luta pela independência da Irlanda sob domínio dos ingleses, focando jovens integrantes do Grupo Revolucionário Irlandês (IRA) nos últimos anos da década de 1910. Um filme que consegue equilibrar os sentimentos e os pensamentos, o emocional e a razão das personagens, sobretudo de dois irmãos que discutem sobre a luta pela independência e pela liberdade.

Saí do filme fazendo-me algumas perguntas. Qual o limite entre uma convicção racional e tolerante e uma convicção submissa e intransigente? Como um processo revolucionário consegue, ao derrubar o status quo, transformar-se numa nova organização governamental, sem cometer os mesmos erros do regime deposto? Existe mais de uma forma de liberdade? Qual o limite da minha liberdade, considerando que o outro também tem a sua liberdade individual? E ainda, onde se encontram e onde se distanciam a liberdade individual e a liberdade coletiva?

O título dado ao filme no Brasil, “Ventos da Liberdade”, dá a ideia de vários pontos de vistas sobre essa liberdade que todos defendem e muitos lutam para obtê-la, mas cada um a sua maneira. Já o título original (“The Wind that Shakes the Barley”) refere-se a uma música de Robert Dwyer Joyce.

Não é possível assisti-lo sem se lembrar da ocupação anglo-americana no Iraque há quase seis anos. Onde as palavras democracia e liberdade sobressaltam no discurso dos ocupadores. Mas o que se lê nas entrelinhas desse discurso são motivos econômicos (o petróleo ainda é uma fonte essencial para mover o capitalismo contemporâneo) e políticos (repressão a grupos islâmicos fundamentalistas, considerados – por eles - inimigos do Ocidente), além do Oriente Médio ser uma área estratégica (centro do mapa-múndi, tão próximo da União Européia como da China). Portanto, levanto, ainda, outras questões. A democracia e a liberdade devem ser impostas por forças exteriores ou alcançadas por seus próprios futuros beneficiados? A democracia é melhor expressão da liberdade? E se há uma receita para conquistá-las?

Esse é mais um filme de Ken Loach que deve ser assistido e discutido...

30 de janeiro de 2009

Fidelidade Partidária

Segundo a Folha Online de 28/01/2009, o pedido impetrado por Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP) para ser empossado como deputado na Câmara na vaga aberta pela saída de Frank Aguiar do mesmo partido foi negada pelo STF.

Com a eleição em 2008 para vice-prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Frank Aguiar deixou a vaga de deputado federal para seu 1º suplente, Benedito Alves Ferreira, conhecido como Roberto de Jesus (PTB-SP), que já tomou posse.

Fleury alega que Roberto de Jesus desfiliou-se do PTB e filiou-se ao PRB para disputa de uma vaga de vereador em Campinas (SP) na última eleição. Com sua derrota em Campinas e a vitória de Frank Aguiar em São Bernardo, Roberto de Jesus retornou ao partido e assumiu a vaga em questão. Com base na resolução do TSE (27/03/2007) de que a vaga pertence ao partido e não ao candidato, Fleury tentou, mas não conseguiu a vaga. Primeiramente, recebeu o não de Carlos Ayres Britto (TSE) e agora recebe o não de Gilmar Mendes (STF).

Defendo a fidelidade partidária, mesmo sabendo que a maioria do eleitores votem no candidato. Pois é o partido que, por vezes, elege o candidato com seus votos de legenda e os votos de outros candidatos do partido e sem esses votos jamais conseguiria um cargo público eletivo. Entretanto, não concordo com o troca-troca de partido que alguns políticos fazem como e quando querem. Lembrando que desde 25 de Outubro de 2007 o político pode perder o seu mandado por infidelidade partidária, segundo resolução do TSE.

A promiscuidade partidária deve ser banida para que a democracia seja mais límpida!

27 de janeiro de 2009

Henri Cartier-Bresson

França, Paris. Atrás da Estação Saint-Lazare. 1932.


França, Hyères. Departamento Vaz. 1932.


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